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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sistema Esportivo Brasileiro - a Escravidão Continua

O Sistema Esportivo Brasileiro é um tiro no pé dos atores principais - os atletas. Participam por amor ao esporte ou muitas vezes por não saber fazer outra coisa, o que chamo respectivamente de amadorismo e sobrevivência. Os Clubes querem vencer, portanto começam a especializar os jogadores desde o sub-14. Lindo os discursos que desmentem a especialização precoce, mas na hora do vamos ver é a vitória que importa. Ou a cabeça do profissional a frente vai rolar! Quanto mais se aproxima do adulto, menos atletas ficam. Pergunto: e os atletas que se dedicaram ao clube e pararam de estudar pela carga de treinamento e não tem mais oportunidade de jogar? Simplesmente param? O que levam além das lembranças? Enquanto eram necessários para o time estavam lá, no máximo uma ajuda de custo (já vimos que contrapartidas não motivam intrinsecamente) para compensar. E agora vão fazer o que da vida?
Há quem o diga que é a cultura que nos leva ao sistema de clubes. Lembrando que a definição de cultura é: conjunto de crenças e costumes da sociedade. Respeito a opinião contraria, mas compreendo que é uma questão de gestão esportiva e legislação. Com uma estrutura diferenciada, profissionais gabaritados e um caminho certo para se chegar ao profissional conseguiríamos fortalecer o esporte de base dentro das escolas e universidades e assim também fortalecer o esporte do clube/empresa que utilizaria seu orçamento somente com os adultos.
Clubes que trabalham com a LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE - LIE oferecem a bolsa aprendizagem que garante uma ajuda de custo, desde que o atleta esteja matriculado na escola. Todavia garante apenas até os 21 anos. Pergunto novamente: todos tem acesso a Clubes Sociais que oferecem esporte de qualidade (geralmente Clubes frequentados pela classe média alta)? Precisamos massificar o esporte brasileiro.
A proposta não é acabar com o Sistema Clubista, contudo fortalecer o Sistema de Esporte Educacional  que também tem condições de desfrutar da LIE e estruturar os espaços físicos, remunerar os profissionais e comprar seus materiais esportivos para oferecer um desenvolvimento esportivos de qualidade. Assim os Clubes focariam seus esforços e investimentos para ações de gestão profissional e participação nas Ligas Esportivas, além de também desfrutar da LIE.
O Sistema do Esporte Educacional consegue garantir participação para todos, pela enorme quantidade de Instituições de Ensino Municipal, Estadual e Federal, do Ensino Fundamental ao Ensino Superior. Além da pratica do esporte garantiríamos a frequência dos atletas nas escolas e universidade, aos que mantivessem os propósitos. Quando começasse a formar atletas nas Universidades com 22 anos, esses estariam maduros o suficiente para assumir compromisso profissionais com Clubes/empresas por 10 a 15 anos e depois retroalimentar o Sistema Esportivo com propriedade de causa como: treinadores, jornalistas, fisioterapeutas, gestores, advogados, médicos etc. em alguns anos estaríamos com Ligas altamente profissionais (com mão de obra mais especializada) e com uma economia mais forte.
As próprias Federações Esportivas do Sistema de Clubes não conseguem cuidar de todas as categorias por falta de pessoal e dinheiro. Por que não deixar com as Federações de Esporte Educacional promover? Mesmo assim nossas Instituições administrativas do esporte necessitam de gestões mais profissionais para atrair o público-alvo que são as Escolas e Universidades.
Posso ouvir comentários do tipo - Já existem os campeonatos educacionais, como as seletivas locais e os nacionais como as Olimpíadas Escolares Brasileiras - JEB's - respondo - quantos desses atletas treinam exclusivamente nas escolas e universidades e quantos se formam e graduam?  Enquanto houver Clubes com interesses em formar atletas desde as categorias de base é lógico que inibirá o Sistema de Esporte Educacional a melhorar.
Segundo o site da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal são 29 estabelecimentos de ensino médio público existentes no DF. Sem contar com as Instituições Particulares. A conta é simples:

29 CEM x 3 categorias x 10 atletas x 4 modalidades esportivas = 3480 atletas (se contarmos os generos teremos que multiplicar por 2)

Observação.: Levando em consideração os esportes coletivos de quadra (Futsal, voleibol, basquetebol e handebol) com aproximadamente 10 atletas por equipe e 3 categorias (sub 15, sub 16 e sub 17).

Os atletas advindos do Ensino Médio do DF tem a oportunidade de 99 Instituições de Ensino Superior-IES que funcionam no DF, a distancia e presencial , cadastradas no MEC. Se fossemos contar apenas com as presenciais teríamos 77 IES. Claro que nem todos teriam esportes no inicio, mas com o tempo veriam uma oportunidade impar de trabalhar o marketing esportivo (necessidade dos clientes em continuar a praticar esporte).
Agora compare quantos Clubes existem no DF. Qual dessas Instituições (Clube x Instituições de Ensino) apresentam um orçamento maior.
Faça o calculo em seu Estado, que com certeza é maior que o Distrito Federal, e veja o que estamos perdendo.
O sistema de Clube/empresa e sistema de ensino não deveriam se misturar. Deveriam sim se complementar. Atletas precisam desenvolver seu lado cognitivo para render ainda mais, saber dar declarações e garantir sua vida pós-esporte. O esporte do sistema de ensino deveria ser uma via de acesso obrigatória aos atletas.
Precisamos que a Lei de Diretrizes Básicas - LDB incentive os estabelecimentos de ensino a oferecer o esporte educacional. A estrutura e contratação de profissionais podem ser pagos pela mesma LIE que garante que esses estabelecimentos de ensino possam desfrutar dessa Lei.
Caso a pensar, não é senhores legisladores e executivos!
As Instituições de Ensino Superior também podem receber incentivos fiscais para trabalhar o esporte, além de poder desfrutar da LIE. Ai sim poderão escolher os melhores jogadores dando bolsas de estudo ou bolsa-atleta universitária (ao qual tenho muito carinho por ter escrito e implantado com sucesso o projeto piloto para uma Universidade de Brasília - UnB). Resultado - teremos mais um viés para graduar brasileiros e fortalecer nossa economia.